NOTÍCIAS
Pão francês vai subir 10% em média por causa do dólar alto
Preço do alimento é pressionado pelo custo do trigo importado
por Agência Brasil
28/09/2015

O pão francês — queridinho na mesa de café da manhã do brasileiro — vai sofrer uma alta de 10%, no Rio, a partir de hoje. O aumento foi recomendado ontem pelo Sindicato de Panificação e Confeitaria, por pressão da alta do dólar, que acumula valorização de 50,13% no ano.

Além do impacto da moeda norte-americana, o reajuste tem como objetivo absorver o aumento do custo de produção, segundo a diretora do sindicato, Fernanda Hipólito. “Tivemos reajuste no preço da energia elétrica, do gás, do pedágio (importante para a importação da farinha de trigo) e, infelizmente, precisamos repassar aos consumidores para manter a qualidade”, defende.

A inflação do pão francês já está refletida no índice de Preços ao Consumidor (IPC-S), divulgado ontem pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Só na semana passada, o item registrou alta de 8,04%. Na semana anterior, o aumento havia sido de 5,84%, um aumento de 2,2 pontos percentuais em em 14 dias, no Rio.

O pesquisador do Ibre/FGV, André Braz, explica que à medida que baixam os estoques dos moinhos, novas sacas de farinha de trigo já chegam com o preço reajustado pelo dólar e o aumento do custo da matéria-prima encarece toda a cadeia do pão. “As padarias não conseguem ter um estoque grande de farinha. Geralmente, é reposto semanalmente”, disse.

O gerente da padaria Seu Zé, no Centro, João Gomes, 29 anos, conta que já havia aumentando o preço do pão no mês passado (de R$ 11,90 para R$ 12,90), e vai reajustar novamente esta semana, ainda sem valor definido. “Por enquanto, estamos conseguindo segurar o preço do pão porque há um estoque guardado. Mas não tem jeito, o trigo que a gente compra é todo importado”, justifica.

A costureira Maria de Lourdes, 56 anos, acha que o pão francês pode perder a preferência entre os brasileiros em razão do preço alto. “O pão é o que sustentava o trabalhador porque era barato. Mas está subindo muito, como todos os outros produtos. Fico assustada sabendo que vai ficar ainda mais caro”, lamenta.

Já, para o presidente da Associação Brasileira da Indústria da Panificação e Confeitaria (Abip), José Batista de Oliveira, ainda é possível não repassar todo o aumento dos custos. “A alta preços do pão acarreta perda no volume de venda”.

 

 

 

CONHEÇA TAMBÉM
RECEBA NOSSA NEWSLETTER
MAIS NOTÍCIAS