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Consumidor não pode deixar de comer, mas deixa de comprar produto caro, diz IBGE
por Agência Estado
21/09/2015

A conjuntura desfavorável tem inibido o consumo doméstico, seja porque a inflação está mais elevada, o crédito mais caro, ou porque a renda está encolhendo, listou nesta quarta-feira, 16, Isabella Nunes, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "Não é que as pessoas deixem de consumir. Mas elas adiam compras e reduzem os supérfluos", disse.

Em julho, as vendas no varejo restrito, que reúne os segmentos mais tradicionais do comércio, encolheram 3,5% em relação a julho do ano passado. Os maiores impactos negativos vieram de móveis e eletrodomésticos (1,5 ponto porcentual), hipermercados e supermercados (-1,0 ponto porcentual) e tecidos, vestuário e calçados (-0,7 ponto porcentual). Isso corresponde a 90% da queda, notou Isabella.

No caso dos móveis e eletrodomésticos, a queda de 12,8% nas vendas em julho ante julho de 2014 é resultado principalmente da restrição ao crédito. "O setor é muito sensível à situação de crédito, e houve uma restrição. A taxa média dos juros aumentou, elevando custo de financiamento", explicou Isabella.

Nos hipermercados e supermercados, o recuo anual de 2,1% nas vendas em julho foi o sexto consecutivo. "O setor é muito sensível à renda", disse a gerente. Em julho deste ano, a massa de salários encolheu 3,5% em relação a igual mês de 2014, de acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego.

"O consumidor não pode deixar de comer, mas deixa de comprar produto mais caro, restringe cesta a produtos mais básicos, principalmente quando se tem um índice de confiança mais baixo", comentou Isabella.

Além disso, a inflação elevada também contribui para corroer a renda dos brasileiros. "A combinação de fatores como elevação de juros e redução da massa real de salários é, para o comércio, bastante impactante, e estamos observando isso no cenário atual", acrescentou a gerente.

 

 

 

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