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Santo Anjo da Padaria, zeloso guardador e protetor da equipe
por Márcio Rodrigues & Associados
04/07/2023

As reclamações em relação à composição e manutenção de uma boa equipe de trabalho são comuns em muitas empresas, em especial no segmento de alimentação, panificação e confeitaria. Uma das maiores dificuldades dos pequenos negócios, como padarias, é formar e manter uma equipe de trabalho qualificada e motivada. Muitas vezes, os novos funcionários não recebem a orientação e o treinamento adequados para se adaptarem à rotina, às normas e aos valores da empresa. Isso pode gerar insatisfação, baixo desempenho, erros, desperdícios e até mesmo desligamentos precoces.

Paralelamente, o pessoal mais experiente, que já domina as técnicas e os processos do trabalho no dia a dia, nem sempre são reconhecidos e valorizados pelo seu conhecimento e pela sua contribuição. Isso pode gerar desmotivação, estagnação, acomodação e até mesmo evasão.

Como resolver essa questão? Uma das soluções mais eficazes e econômicas é usar um funcionário da equipe como um “anjo da guarda”, que acompanha os novatos dentro da empresa, até que eles conheçam a rotina de trabalho. Neste artigo, vamos explicar o que é essa função, como estruturá-la na sua empresa, como escolher o funcionário mais adequado para ser o anjo e quais são os benefícios que essa prática pode trazer para o negócio.

Como estruturar o trabalho do anjo da guarda na empresa

O anjo da guarda é um funcionário mais experiente que tem a função de orientar, ensinar, apoiar e acompanhar o recém-chegado durante os primeiros meses de trabalho. Esse novato pode tanto ser um funcionário recém-contratado ou quanto alguém transferido de outro setor que precisa aprender as competências necessárias para desempenhar bem o seu papel na equipe.

Para que o trabalho do anjo seja efetivo, é preciso que a empresa defina claramente alguns aspectos, como:

  • Perfil do anjo: as características, as responsabilidades e as competências que o anjo deve ter para exercer a função. Por exemplo: ter conhecimento técnico, experiência prática, capacidade de ensinar, paciência, empatia, liderança, etc.
  • Seleção do anjo: como a empresa vai escolher o funcionário mais experiente que vai assumir esse papel. Por exemplo: observando o desempenho, a postura, o relacionamento com os colegas e a disposição para essa atividade.
  • Preparação: como a empresa vai treinar e capacitar o funcionário designado para ser o anjo para que ele possa ser efetivo na orientação ao colega. Para isso, pode oferecer cursos, materiais, orientações e feedbacks sobre a sua atuação como o anjo.
  • Apoio ao anjo da guarda: como a empresa vai reconhecer e valorizar o trabalho do anjo. Exemplo: dando incentivos, premiações, elogios e oportunidades de crescimento profissional.
  • Acompanhamento do trabalho do anjo: envolve a definição da forma com que a empresa vai monitorar e avaliar o processo de aprendizagem do novato. Isso pode ser realizado estabelecendo metas, indicadores e mecanismos de comunicação entre o anjo, o novato e o gestor.

Como escolher o funcionário ideal para ser o anjo da guarda

Por mais que seja algo importante, o tempo de casa não deve ser o único critério para se escolher o funcionário “anjo”. É preciso que o anjo tenha também algumas qualidades e habilidades que facilitam a transmissão do conhecimento e a construção de uma relação de confiança com o novato. Veja algumas dessas qualidades e habilidades que podem ser buscadas na equipe:

  • Conhecimento técnico: o anjo deve dominar as técnicas e os processos do setor e se souber como tudo se integra na empresa, melhor ainda. Deve saber resolver problemas e estar atualizado sobre as inovações e as tendências do mercado.
  • Experiência prática: o anjo precisa ter vivenciado situações reais de trabalho, saber lidar com os desafios e as dificuldades do dia a dia e ter boas práticas para compartilhar.
  • Capacidade de ensinar: ele deve saber explicar de forma clara e objetiva os conceitos, os procedimentos e as normas da empresa, adaptando-se ao ritmo e ao estilo de aprendizagem do colega.
  • Paciência: essa é uma habilidade importante, pois o anjo pode ter que repetir uma explicação várias vezes seguidas e ainda esclarecer as dúvidas e corrigir os erros do novato, sem perder a calma ou a gentileza.
  • Empatia: o anjo deve se colocar no lugar do novato, compreender suas dificuldades, suas expectativas e seus sentimentos, e oferecer apoio emocional e motivação.
  • Liderança: o anjo deve ser um exemplo para o novato, demonstrando comprometimento, responsabilidade, ética e respeito.

Para identificar essas qualidades e habilidades no funcionário mais experiente, a empresa pode observar seu desempenho, sua postura, seu relacionamento com os colegas e sua disposição para assumir esse papel. A empresa pode também aplicar testes, entrevistas ou dinâmicas que avaliem o potencial do funcionário para ser um anjo.

Além de observar as habilidades necessárias, é preciso cuidar para que o funcionário escolhido este realmente integrado à função. é preciso também motiva-lo e nesse sentido a empresa pode mostrar ao anjo benefícios que pode obter com a experiência:

  • Ampliação de seus conhecimentos e suas habilidades, revisando e atualizando o que já sabe e aprendendo novas formas de fazer as coisas.
  • Desenvolver sua confiança, sua autoestima e seu reconhecimento, mostrando seu valor e sua competência para a empresa e para a equipe.
  • Crescimento profissional, tendo mais oportunidades de participar de projetos, cursos, eventos e promoções na empresa.
  • Ganhos financeiros também podem ser considerados e acertados com o anjo.

O trabalho do anjo na prática

Vale lembrar que a integração dos novatos será bem melhor tanto se o anjo estiver bem orientado sobre como cuidar do seu orientado quanto depende também desse funcioná­rio que chega, da sua vontade e disposição e ainda da estrutura de treinamento que a empresa mantém.

A recomendação é que o anjo realize o trabalho com o novato em duas etapas, uma teórica e outra prática.

Na fase teórica, deve-se apresentar a em­presa, mostrar seus setores, colaboradores, descrever sua missão, objetivos e filosofia, além de informações pertinentes ao trabalho do colaborador, como horário, uso de unifor­me, o que se espera dele e o que a empresa lhe oferece, entre outros assuntos.

Já a integração prática é o treinamento do funcionário. Essencialmente fazer com que ele compreenda as informações que estão sendo passadas para que as execute da me­lhor forma possível.

Os anjos da guarda precisam ser treinados para atuarem como multiplicadores. Eles precisam entender a responsabilidade em formar os novos colaboradores através de ferramentas como Procedimentos Operacionais Padrão (POP), cartão de tarefas e divisão de tarefas.

Dica para transmitir as informações: reforçar os dados sobre a empresa; depois falar sobre os clientes, produtos comercializados, tipo de serviço que a pessoa vai executar, motivo pelo qual irá realizar tal serviço, como sua atividade garantirá o bom andamento de outras tarefas ou serviços.

O anjo da guarda acompanha o novo funcionário na empresa, durante aproximadamente duas semanas, ensinando questões operacionais que irão auxiliá-lo em suas atividades.

Uma sugestão é usar formulários de acompanhamento do período de experiência, em que se registre a avaliação do novo colaborador.

Como a empresa pode se beneficiar com uma equipe bem orientada

O trabalho do anjo da guarda não é apenas uma forma de treinar os novatos. É também uma forma de desenvolver os próprios anjos e de melhorar o clima organizacional, a cultura e a imagem do negócio. Ele traz benefícios para a empresa, como:

  • Adaptação: o trabalho com o anjo da guarda acelera a adaptação dos novatos à rotina, às normas e aos valores da empresa, fazendo com que eles entendam o que se espera deles e como devem agir em cada situação.
  • Integração: a integração dos novatos à equipe e à empresa é facilitada, fazendo com que eles se sintam acolhidos, valorizados e pertencentes ao grupo.
  • Fortalecimento da cultura: esse processo fortalece a cultura da empresa, fazendo com que haja mais alinhamento, identificação e orgulho dos valores e da missão da organização.
  • Melhor clima organizacional: com o trabalho do anjo e os novatos bem orientados, pode-se conseguir uma equipe mais confiante e cooperativa.
  • Desenvolvimento: o anjo estimula o desenvolvimento dos novatos, fazendo com que eles aprendam as competências necessárias para desempenhar bem o seu papel na equipe e para crescer profissionalmente. Enquanto isso, o próprio anjo também se capacita, ou se recicla.
  • Redução da rotatividade: bem acolhido e orientado, o novato tende a se sentir mais satisfeitos, motivados e comprometidos com a empresa e com o seu trabalho.
  • Aumento da produtividade: a orientação permite aumentar a produtividade dos novatos, fazendo com que eles realizem as tarefas com mais rapidez, qualidade e eficiência.
  • Melhoria da qualidade do serviço: o processo melhora a qualidade do serviço prestado aos clientes, fazendo com que os novatos atendam às expectativas e às necessidades dos consumidores.
  • Retenção e valorização: o trabalho do anjo retém os talentos que são escolhidos como anjos, fazendo com que eles se sintam valorizados, desafiados, realizados e leais à empresa.
  • Melhoria da imagem da empresa: com uma equipe mais bem orientada e trabalhando melhor, a empresa tende a ter uma melhor imagem perante os consumidores, os fornecedores, os parceiros e a sociedade em geral, fazendo com que ela seja vista como uma empresa responsável, inovadora e humana.

O trabalho com o anjo da guarda faz com que a empresa possa continuamente melhorar sua equipe de trabalho. E manter um bom desempenho faz com que a produtividade seja elevada! Tanto para os novos funcionários quanto para os antigos. A produtividade será maior se a equipe conseguir fazer mais, com o mesmo tempo normal de trabalho.

Ao se integrar adequadamente um novo colaborador, contribui-se até mesmo para reciclagem dos outros, já que podem, ao ver o novo funcionário em ação, relembrar ou reforçar as boas práticas.

 

 

 

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